Dólar opera em queda com inflação global e commodities no radar

Apolo Ferreira By Apolo Ferreira
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O dólar caía 0,37%, cotado a R$ 4,735, por volta das 9h29 desta quarta-feira (1º), com mercados considerados arriscados mas ligados à exportação de commodities se beneficiando de fluxos favoráveis, caso do Brasil. Por outro lado, o sentimento geral ainda é de aversão a riscos, com a moeda norte-americana subindo no exterior.

Tanto o petróleo quanto o minério de ferro estão em tendência de alta, o que atrai investimentos para grandes produtores mas também reforça preocupações de que os preços elevados exigirão juros maiores em economias relevantes, desacelerando ainda mais a economia.

No caso do petróleo, o tipo brent ultrapassou os US$ 115 o barril após a União Europeia anunciar um embargo ao petróleo russo, complicando ainda mais a dinâmica de oferta e demanda da commodity.

Já o minério de ferro avança na China, com o mercado esperando uma demanda maior enquanto o país sai de lockdowns e o governo tenta estimular a economia.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022.

Na terça-feira (31), o dólar operou na estabilidade, com leve alta de 0,02%, a R$ 4,754. Já o Ibovespa fechou em alta de 0,29%, aos 111.350,51 pontos.

Sentimento global
O mês de maio teve uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível recessão global.

Uma série de altas de juros pelo mundo, que tendem a desacelerar a economia global. A principal ocorreu nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Por outro lado, com a perspectiva de que as restrições na China serão retiradas em junho, a expectativa é que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltou a favorecer exportadores de commodities e aliviou uma parte das pressões sobre o real.

Ao mesmo tempo, a confirmação da contração da economia dos Estados Unidos no primeiro trimestre reforçou a visão de que o Fed não deverá ser tão agressivo na alta de juros quanto o previsto anteriormente. Com as duas novidades, o Ibovespa e o real encontraram espaço para valorização.

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