De acordo com o empresário Sidnei Piva de Jesus, armazenar vinhos em casa pode parecer um desafio para quem está começando no universo da enologia. Já que entre informações conflitantes e dicas nem sempre precisas, é comum surgirem dúvidas sobre o que realmente importa para conservar a bebida da melhor forma. Isto posto, ao longo desta leitura, vamos explorar alguns dos principais equívocos sobre o armazenamento de vinhos e esclarecer o que é essencial para criar um ambiente adequado, mesmo sem equipamentos sofisticados.
É verdade que todo vinho precisa ser armazenado em adegas climatizadas?
Muitas pessoas acreditam que, sem uma adega climatizada, não é possível conservar vinhos corretamente. Contudo, essa é uma meia-verdade. Porque, embora as adegas sejam ideais para manter uma temperatura constante, não são a única solução. Desse modo, um ambiente fresco, com temperatura estável entre 12°C e 18°C, pode ser suficiente para vinhos de consumo rápido. Para isso, escolha locais longe de fontes de calor, como a cozinha ou áreas com luz solar direta.
Além disso, é importante entender que nem todos os vinhos foram feitos para envelhecer, conforme ressalta Sidnei Piva de Jesus. A maioria dos rótulos disponíveis no mercado é pensada para ser consumida em poucos anos. Portanto, uma solução prática e econômica pode atender bem à necessidade de armazenar essas garrafas por períodos curtos ou médios.
Os vinhos precisam ser armazenados sempre na horizontal?
O armazenamento horizontal é amplamente recomendado, mas será que é realmente indispensável? Essa prática é crucial para vinhos com rolha de cortiça, pois mantém a rolha em contato com o líquido, evitando que ela resseque e permita a entrada de oxigênio, o que pode estragar o vinho, como frisa o empresário Sidnei Piva de Jesus. No entanto, vinhos com tampa de rosca ou rolhas sintéticas não precisam seguir essa regra.

Ou seja, se o espaço for limitado, você pode armazenar essas garrafas de forma vertical sem problemas. O importante é identificar o tipo de fechamento da garrafa e ajustar o armazenamento de acordo. Desse modo, para coleções mistas, é interessante priorizar prateleiras horizontais, já que atendem melhor às diferentes necessidades.
Luz e umidade realmente influenciam na qualidade do vinho?
A luz, especialmente a solar, é uma grande inimiga do vinho, pois pode aquecer a bebida e alterar suas propriedades químicas. Aliás, até mesmo luzes artificiais fortes podem causar danos, especialmente em garrafas claras. Por isso, sempre armazene seus vinhos em locais escuros ou com pouca luminosidade. Caso não for possível, opte por ambientes com luz indireta ou prateleiras protegidas.
A umidade, por sua vez, também desempenha um papel importante, mas dentro de limites. Um ambiente com umidade entre 50% e 70% é ideal para preservar rolhas de cortiça, evitando que ressequem ou fiquem excessivamente úmidas. Em resumo, segundo Sidnei Piva de Jesus, o excesso de umidade pode causar mofo nos rótulos e nas rolhas, enquanto ambientes muito secos podem comprometer o fechamento da garrafa.
Armazenando vinhos com praticidade e sem ser enganado por mitos
Por fim, fica evidente que armazenar vinhos corretamente não precisa ser complicado ou caro. Pois, com algumas práticas simples, como manter as garrafas longe da luz, evitar variações bruscas de temperatura e prestar atenção ao tipo de fechamento, é possível preservar a qualidade da bebida mesmo sem uma adega climatizada. O mais importante é conhecer as necessidades específicas dos vinhos que você possui e adaptar o ambiente de armazenamento com criatividade e cuidado.
Assim sendo, você estará pronto para aproveitar ao máximo cada taça, sem cair em mitos que tornam o processo mais complicado do que realmente é.