Promessa quebrada: armadilhas com visto EB-2 NIW e o silêncio que custa caro

Igor Semyonov By Igor Semyonov
5 Min Read

O caminho para a residência permanente nos Estados Unidos pode parecer claro à primeira vista, especialmente para brasileiros com carreira sólida e conquistas reconhecidas. No entanto, por trás da fachada de um processo baseado em mérito, muitas armadilhas com visto EB-2 NIW seguem sendo ignoradas ou minimizadas por quem lucra com a venda de ilusões. Quando o sonho é alimentado por garantias vazias, a decepção não só é possível, como vem se tornando comum entre candidatos que seguiram à risca todas as exigências.

Um dos casos mais emblemáticos é o do advogado brasileiro J.L., que teve sua petição negada duas vezes, mesmo apresentando um histórico impecável e um dossiê construído com rigor técnico. A primeira negativa foi frustrante, mas a segunda foi revoltante: os argumentos usados pelo USCIS sequer condiziam com o perfil apresentado, confundindo inclusive o gênero do requerente. O caso de J.L. ilustra como as armadilhas com visto EB-2 NIW se escondem justamente na suposta lógica do processo, que, na prática, permite decisões aleatórias.

As promessas feitas por muitos escritórios de imigração costumam reforçar a sensação de que basta preencher certos critérios para conquistar o visto. Poucos explicam que a decisão final é tomada por oficiais administrativos sem obrigação de seguir parâmetros jurídicos objetivos. Nesse cenário, as armadilhas com visto EB-2 NIW se tornam mais comuns entre aqueles que, como J.L., acreditaram que bom currículo e provas documentais seriam suficientes para garantir a aprovação.

Um dos aspectos mais graves dessas armadilhas é o silêncio dos próprios advogados diante das injustiças enfrentadas por seus clientes. No caso de J.L., houve apoio durante a montagem da petição, mas nenhuma preparação emocional ou jurídica para o risco real de negativa. A ausência de alertas sobre a discricionariedade dos oficiais, somada ao custo financeiro elevado, coloca o imigrante em uma situação de vulnerabilidade extrema. E o pior: sem recursos efetivos de contestação.

As armadilhas com visto EB-2 NIW não estão apenas nos critérios opacos da análise, mas também na forma como a expectativa é manipulada. Muitos brasileiros, confiando em avaliações otimistas, investem tempo, dinheiro e energia em um processo que oferece pouca previsibilidade. Ao descobrirem a realidade, o impacto emocional é brutal. A frustração é agravada pela sensação de terem sido enganados por um sistema que aparentava ser transparente, mas que opera sob lógicas internas pouco claras.

Grupos online estão repletos de depoimentos como o de J.L., revelando um padrão que não pode mais ser ignorado. Os relatos mostram que a negativa não ocorre por falta de qualificação, mas por julgamentos subjetivos, muitas vezes feitos com pressa ou descuido. Esses exemplos reforçam que as armadilhas com visto EB-2 NIW não são exceções isoladas, e sim parte de um modelo que precisa ser debatido com mais seriedade, especialmente entre os profissionais que atuam com o público brasileiro.

Para evitar essas armadilhas, é fundamental que os interessados tenham acesso à informação verdadeira e completa desde o início. Isso inclui saber que mesmo os candidatos mais qualificados, como J.L., podem ser rejeitados por razões incoerentes. Conhecer os riscos não significa desistir, mas sim se preparar melhor, emocionalmente e estrategicamente, para um processo que está longe de ser técnico como parece. A verdade é a melhor ferramenta para lidar com a incerteza.

Quem deseja seguir esse caminho precisa entender que o sucesso não está garantido, por mais impecável que seja o perfil. As armadilhas com visto EB-2 NIW continuarão afetando brasileiros enquanto houver silêncio e omissão. Só com um debate honesto, e com a coragem de expor casos como o de J.L., será possível abrir os olhos de quem ainda acredita que basta seguir o manual para realizar o sonho americano. Informar é proteger, e proteger é o primeiro passo para transformar esse cenário.

Autor : Igor Semyonov

Share This Article
Leave a comment