Nos últimos anos, o mercado imobiliário brasileiro vem passando por uma verdadeira transformação. Segundo Alex Nabuco dos Santos, essa mudança está diretamente relacionada ao surgimento de modelos residenciais fora do comum, que rompem com o padrão tradicional de apartamentos e casas em condomínios fechados. Esses novos formatos refletem não apenas as tendências globais de urbanismo e estilo de vida, mas também as demandas específicas de uma população cada vez mais conectada, flexível e exigente.
Se antes a escolha de moradia estava restrita a imóveis convencionais, hoje o consumidor busca alternativas que combinem conveniência, experiências diferenciadas e adequação às novas formas de viver. O resultado é o crescimento de opções como coliving, cohousing, senior living, multipropriedade e empreendimentos híbridos, que unem residência, lazer e trabalho em um mesmo espaço.
Coliving: o morar compartilhado em alta
Um dos formatos que mais cresce no Brasil é o coliving, modelo que oferece unidades privativas em prédios ou casas, mas com áreas comuns compartilhadas, como cozinhas, salas de estar e espaços de coworking. Inspirado no conceito de comunidades urbanas, o coliving atrai principalmente jovens profissionais, estudantes e estrangeiros em busca de praticidade e conexões sociais.
Além de estimular a convivência, o modelo se destaca pela flexibilidade nos contratos e pela oferta de serviços como limpeza, manutenção e eventos de integração. Segundo especialistas, esse formato tende a ganhar ainda mais força em grandes centros urbanos, onde o custo de vida elevado e a mobilidade intensa favorecem soluções práticas e comunitárias.
Cohousing: comunidades planejadas
Enquanto o coliving atende a um perfil jovem e urbano, o cohousing se estrutura como comunidades intencionais, planejadas para favorecer a convivência entre moradores que compartilham valores semelhantes. Trata-se de empreendimentos com áreas comuns extensas — hortas, oficinas, cozinhas coletivas — e um forte senso de pertencimento.
De acordo com Alex Nabuco dos Santos, esse formato é especialmente atrativo para famílias que buscam criar ambientes colaborativos, seguros e sustentáveis. O cohousing, que já é consolidado em países da Europa e América do Norte, começa a se difundir em cidades brasileiras com forte vocação comunitária e perfil inovador.
Senior living: soluções para a longevidade
Com o envelhecimento da população brasileira, cresce também a demanda por modelos residenciais voltados ao público da terceira idade. O senior living surge como alternativa que une moradia confortável, infraestrutura de saúde e serviços de apoio, preservando a autonomia dos moradores.
Esses empreendimentos oferecem desde apartamentos adaptados até áreas de lazer e acompanhamento médico, garantindo qualidade de vida em um ambiente seguro. Para Alex Nabuco dos Santos, o senior living representa uma tendência irreversível no país, à medida que o aumento da expectativa de vida exige soluções residenciais que integrem cuidado, bem-estar e socialização.

Multipropriedade: o luxo compartilhado
Outro modelo que vem ganhando espaço é a multipropriedade, em que diferentes compradores dividem a posse de um imóvel de alto padrão, geralmente em destinos turísticos. Cada proprietário tem direito ao uso da unidade por determinado período do ano, o que possibilita acesso a imóveis sofisticados com custos reduzidos.
Esse formato se popularizou em resorts e regiões de veraneio, mas já começa a ser incorporado ao mercado urbano. Além de diluir despesas, a multipropriedade é vista como investimento inteligente, capaz de unir patrimônio, lazer e rentabilidade.
Empreendimentos híbridos: morar, trabalhar e viver
As mudanças no estilo de vida pós-pandemia aceleraram a busca por empreendimentos que integrem diferentes funções em um mesmo espaço. São projetos que unem moradia, áreas de lazer, escritórios compartilhados e espaços comerciais, criando verdadeiros hubs urbanos.
Esses modelos oferecem praticidade e reduzem a necessidade de deslocamento, respondendo às novas demandas do trabalho híbrido e da valorização do tempo livre. Segundo Alex Nabuco dos Santos, essa tendência veio para ficar, pois atende tanto ao público jovem, que busca dinamismo, quanto a famílias que valorizam conveniência e segurança.
A força da sustentabilidade e da tecnologia
Independentemente do modelo, dois fatores se tornaram centrais para o sucesso dos novos formatos residenciais: sustentabilidade e tecnologia. Empreendimentos que oferecem soluções de eficiência energética, reaproveitamento de água e certificações ambientais têm maior aceitação entre consumidores atentos ao impacto ambiental.
Ao mesmo tempo, recursos como automação residencial, aplicativos de gestão condominial e sistemas de segurança inteligente já não são mais diferenciais, mas requisitos básicos em empreendimentos modernos. Essa combinação reforça o caráter inovador do setor imobiliário brasileiro.
Perspectivas para os próximos anos
O futuro do mercado residencial no Brasil aponta para a consolidação desses modelos fora do comum. Com uma população diversa e em constante transformação, os empreendimentos que oferecem flexibilidade, experiências diferenciadas e integração social terão vantagem competitiva.
Além disso, investidores enxergam nesses formatos oportunidades de retorno atrativo, uma vez que unem inovação, demanda crescente e diferenciação em relação aos modelos tradicionais. Para Alex Nabuco dos Santos, a capacidade de adaptação será o fator determinante para que construtoras e incorporadoras se mantenham relevantes diante desse novo cenário.
Conclusão
O avanço de coliving, cohousing, senior living, multipropriedade e empreendimentos híbridos revela um mercado imobiliário cada vez mais plural e inovador. Essas opções não apenas respondem às mudanças no estilo de vida, mas também ampliam as possibilidades de investimento e de moradia no Brasil.
Em resumo, como destaca Alex Nabuco dos Santos, os modelos residenciais fora do comum representam uma revolução no setor, aproximando o país de tendências globais e reforçando a ideia de que morar vai muito além de ocupar um espaço físico: trata-se de viver experiências alinhadas às necessidades e valores de cada indivíduo.
Autor: Igor Semyonov